domingo, 10 de maio de 2009

Tibete


O Tibete é hoje uma província incorporada à República Popular da China, considerada por esta como região autónoma. Possui uma área de aproximadamente 1,2 milhões de quilómetros quadrados (com uma pequena parte, ainda a ser definida, de controle e domínio da Índia). Taiwan (República da China) também reivindica o domínio total da região.

Sobre a questão da soberania tibetana, o governo da República Popular da China e o governo do Tibete em exílio discordam quanto à legitimidade da sua incorporação pela China.

UNESCO e a Encyclopædia Britannica consideram o Tibete como parte da Ásia Central, enquanto outras organizações a vêem como parte do Sul Asiático.

O rei Songtsän Gampo uniu muitas partes da região durante o século VII. A partir do século XVII, os dalai lamas, conhecidos como chefes espirituais da região, têm sido os chefes administrativos do Tibete centralizado. Na religião tibetana os dalai lamas são tidos como emanações de Avalokiteśvara (Chenrezig, Wylie: [spyan ras gzigs] em tibetano), o bodisatva da compaixão.

Entre o século XVII e o ano de 1959 o Dalai Lama e seus regentes serviram como principais autoridades da província, tanto na política como na religião, dirigindo-a a partir da sua tradicional capital, Lassa.

Conhecido como o "tecto do mundo" por seus picos nevados, as montanhas do Tibete têm, em média, 4875 metros, com destaque para a cordilheira dos Himalaias.

A história do Tibete teve início há cerca de 2100 anos.

Em 127 a.C. uma dinastia militar fixou-se no vale de Yarlung e passou a comandar a região, perdurando-se esta situação por oito séculos. Por centenas de anos "belicistas" o Tibete investiu sobre terras vizinhas.

Este comportamento mudou em 617, quando o imperador Songtsen Gampo - 33º rei do Tibete – começou a transformar a civilização feudo-militar num império mais pacífico. O seu reinado durou até 701, e o seu legado foi imenso: criou o alfabeto tibetano; escreveu e estabeleceu o sistema legal tibetano (baseado no princípio moral segundo o qual é valorizada a protecção do meio-ambiente e da natureza); favoreceu o livre exercício religioso do budismo, e; construiu vários templos (dentre eles destacam-se o Jokhang e o Ramoche).

Os seus sucessores continuaram a transformação cultural, custeando traduções e criando instituições. O rei do Tibete que se seguiu foi Tride Tsukden (704 – 754), o qual deixou o seu filho como sucessor, o rei Trisong Detsen.

A partir do século VII a região tornou-se o centro do lamaísmoreligião baseada no budismo, transformando o país num poderoso reinado. Antigo objecto de cobiça dos chineses, no século XVII o Tibete é declarado incluído no território soberano da China. A partir daí seguem-se dois séculos de luta do Tibete pela independência, conquistada - temporariamente - em 1912.

Em 1950 o regime comunista da China ordena a invasão da região, que é anexada como província. A oposição tibetana é derrotada numa revolta armada em 1959. Como consequência, o 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual e político tibetano, retira-se para o norte da Índia, onde instala em Dharamsala um governo de exílio.

Em setembro de 1965, contra a vontade popular de seus habitantes, o país torna-se região autónoma da China. Entre 1987 e 1989 tropas comunistas reprimem com violência qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política de genocídio cultural.

Em agosto de 1993 iniciam-se conversações entre representantes do Dalai Lama, laureado com o prémio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas mostram-se infrutíferas. Em maio de 1995 é anunciado pelo Dalai Lama o novo Panchen LamaChoekyi Nyima, de 6 anos, o segundo na hierarquia religiosa do país. O governo de Pequim reage e afirma ter reconhecido Gyaincain Norbu, também de 6 anos, filho de um membro do Partido Comunista da China, como a verdadeira encarnação da alma do Panchen Lama.

Ugyen Tranley, o Karmapa Lama, terceiro mais importante líder budista tibetano, reconhecido tanto pelo governo da China como pelos tibetanos seguidores do Dalai Lama, foge do país em dezembro de 1999 e pede asilo à Índia. A China tenta negociar o seu retorno, mas Tranley, de catorze anos, critica a ocupação chinesa no Tibete.

A causa da independência do Tibete ganha força perante a opinião pública ocidental após o massacre de manifestantes pelo exército chinês na praça da Paz Celestial e a concessão do Prémio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso, ambos em 1989. O Dalai Lama passa a ser recebido por chefes de Estado, o que provoca protestos entre os chineses. No início de 1999, o governo chinês lança uma campanha de difusão do ateísmo no Tibete. A fuga do Karmapa Lama causa embaraço à China.

O Tibete é, ainda hoje, considerado pela China como uma região autónoma chinesa (Xizang).

Fonte: Wikipédia

Nota: Este post é uma homenagem ao Tibete e ao povo tibetano. Espero que daqui a pouco tempo o conteúdo deste texto relativo à história mais recente do Tibete esteja desactualizado, no sentido de ter finalmente terminado a criminosa ocupação deste território por parte do criminoso regime comunista chinês. Que em breve o Tibete recupere a sua independência e o povo tibetano a sua liberdade.

2 comentários:

  1. Parabéns por este blog. Tem muita informação e tem imagens muito interessantes. Quanto ao tema deste post não poderia estar de mais acordo. O Tibete e o seu povo merecem a liberdade. É muito triste que em pleno século XXI ainda se assista à escravidão de um povo por um regime que se julga superior. É ainda mais vergonhoso que alguns países, que julgam ser os donos do mundo, assistam a esta realidade imóveis, apenas porque não serve os seus interesses ou porque sabem que não estão perante um adversário fragilizado. Atacar os indefesos é fácil...

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  2. Olá, Márcia!
    Muito obrigado pelo teu comentário. Temos de facto que lutar contra as injustiças que acontecem no mundo. Aparece quando quiseres. Namastê!

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