quinta-feira, 28 de maio de 2009

Professores versus professoraços


Existem bons e maus profissionais em todas as áreas de actividade, mas há umas em que o mau profissionalismo é mais chocante do que noutras. Dentre essas, pela sua gravidade, destaco uma em particular: os maus professores, ou melhor, os falsos professores.
Um verdadeiro professor é alguém sábio, inteligente, intelectual, erudito, com vastos conhecimentos, com enorme cultura, moralmente evoluido, digno, honrado, com carácter, com escrúpulos, com princípios, com valores. Em suma, um verdadeiro professor é alguém que tem realmente vocação para o cargo. 
Ora, os usurpadores que se mascaram de professores, além de não possuirem nenhuma destas capacidades, ainda denigrem o nobre ofício de professor. Esses farsantes julgam, na sua ignorância, que o simples facto de tirarem um curso transforma-os automaticamente em professores. Não compreendem todos os atributos que um professor tem que ter para exercer funções. Aliás, quando essa gente tira cursos superiores é para se tentar esconder atrás de estatutos socialmente importantes, tentando disfarçar o facto de na realidade não terem nenhum valor intrínseco. E depois, além da sua incompetência, esses pseudodocentes primam pela estupidez, uma vez que maltratam recorrente e sistematicamente os alunos de inúmeras formas. Demonstram, portanto, não só terem falta de aptidões, como também de humanismo. Muitos deles chegam ao ponto de, na sua má índole, tentarem influenciar negativamente os alunos e manipulá-los de acordo com os seus sórdidos interesses. Comportam-se como ditadores nas salas de aula, descarregando as suas frustrações em cima dos alunos. Têm medo de ser avaliados ou de serem de alguma maneira postos à prova, pois temem ser desmascarados e que se tornem evidentes as suas limitações. Como uma máfia, actuam muitas vezes sob a forma de um corporativismo retrógrado com tendências políticas perniciosas, embora com imensas guerrilhas internas, o que não é de admirar, tratando-se de quem se trata.
O título de professor é demasiado importante e prestigiante para que qualquer um o ostente. É preciso merecê-lo. O verdadeiros professores são uma elite minoritária que merece ser respeitada. Não podem ser confundidos com farsantes que vão para o ensino não para servirem, mas para se servirem. E pessoas que não gostam, não querem e não sabem trabalhar, não podem sequer estar numa escola, quanto mais ter a responsabilidade de lecionar. Até porque, só pode ensinar quem sabe.
No idioma inglês existe o termo "teacher" para designar os docentes até ao ensino secundário, e o termo "professor" para designar os professores universitários. Proponho que seja também adoptado um termo para designar quem, embora dê aulas, não seja verdadeiramente professor. Pesquisando no dicionário da língua portuguesa, descobri que essa palavra até já existe em português. Ela é: professoraço. Curiosa e ironicamente, surge logo abaixo da palavra professor.

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