quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Kundalini


Kundalini é o poder do desejo puro dentro de nós, é a energia da nossa alma, da nossa consciência. Kundalini é a nossa emanação do infinito, a energia do cosmos dentro de cada um de nós. Como nossa energia criativa, ela pode ser imaginada como uma serpente enroscada, adormecida na base da nossa coluna. Uma energia adormecida dentro de nós que se desperta, expande a nossa consciência. Kundalini é a potencialidade de que todos nós somos capazes.

E quando nós despertamos a nossa Kundalini, nós nos tornamos cônscios de nossas capacidades criativas, de nossa finitude diante do infinito. A Kundalini torna possível a nós, seres humanos com identidades finitas, relacionarmo-nos com nossas identidades infinitas. E nós tornamos isto possível quando o nosso sistema glandular é activado e o nosso sistema nervoso fica forte, e estes são combinados para se criar um movimento ou fluxo no fluido espinhal e uma sensitividade nas terminações nervosas. Nestas condições, o cérebro recebe os sinais e os integra.

Como resultado, toda a nossa percepção se expande numa tremenda claridade. Percebemos os efeitos e os impactos de uma acção antes dela acontecer. Adquirimos o poder da escolha de agir ou não. A consciência nos dá esta escolha e a escolha nos dá liberdade. Quando conseguimos um fluxo constante da Kundalini é como se estivessemos nos despertando de um longo cochilo, deixamos de viver numa realidade imaginária e nos tornamos compromissados com os nossos propósitos e metas, aproveitando muito mais os prazeres da vida.

O nosso sistema foi construído para sustentar o despertar da energia Kundalini, resta-nos saber se estamos usando-a em toda a extensão desta potencialidade. O fluxo da Kundalini é liberado a partir do chakra do umbigo e sobe até ao chakra coroa, acima do topo da cabeça; aí a energia começa a descer, passando pelos Chakras até à base da nossa coluna. Depois de alcançar o chakra raíz, ela volta para o centro do umbigo.

A ascensão da energia é o caminho para a libertação. É chegar à percepção de que a realidade de Deus está dentro de cada um de nós. A ascensão da Kundalini é o desenroscar da consciência Deus, o testemunho da realidade do poder ilimitado que é a essência de nossas almas.

A descida da Kundalini é o caminho da manifestação. Os Chakras abrem-se nesta descida. E assim que os Chakras se abrem, a nossa essência é consolidada em nosso carácter, nossos dons são integrados em nossos comportamentos e acções. Nossos talentos se tornam uma parte prática em nossas vidas. O que nos referimos como manifestação aqui são as "vibrações", que é uma tradução aproximada do termo sânscrito "Chaitanya". Chaitanya (vibrações) é a força integrada do nosso ser fisiológico, mental, emocional e religioso. Portanto, a descida da energia Kundalini simboliza esse despertar do nosso potencial e nos traz a consciência de Deus para todas as nossas actividades quotidianas.

A iluminação ou auto-realização é conquistada quando o ciclo de ascenção e descida se completa. Auto-realização é o nosso primeiro encontro com a Realidade. O despertar da Grande Mãe dentro de nós que a partir de então irá cuidar de nós, dando-nos toda a protecção que precisamos. A Kundalini cura-nos, melhora-nos e confere-nos todas as bençãos. Ela varre para fora da nossa realidade todas as nossas preocupações dos níveis mais grotescos.

Fonte: Salves HomePage

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Proporção Áurea e Sequência de Fibonacci


A proporção áurea ou número de ouro ou número áureo ou ainda proporção dourada é uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega (phi) e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. É um número que há muito tempo é empregado na arte. Também é chamada de: secção áurea, razão áurea, razão de ouro, divina proporção, proporção em extrema razão, divisão de extrema razão.

É frequente a sua utilização em pinturas renascentistas, como as do mestre Giotto. Este número está envolvido com a natureza do crescimento. Phi (não confundir com o número Pi π), como é chamado o número de ouro, pode ser encontrado na proporção em conchas (o nautilus, por exemplo), seres humanos (o tamanho das falanges, ossos dos dedos, por exemplo), até na relação dos machos e fémeas de qualquer colméia do mundo, e em inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento.

Justamente por estar envolvido no crescimento, este número se torna tão frequente. E justamente por haver essa frequência, o número de ouro ganhou um status de "quase mágico", sendo alvo de pesquisadores, artistas e escritores. Apesar desse status, o número de ouro é apenas o que é devido aos contextos em que está inserido: está envolvido em crescimentos biológicos, por exemplo. O facto de ser encontrado através de desenvolvimento matemático é que o torna fascinante.

Como é um número extraído da Sequência de Fibonacci, o número áureo representa directamente uma constante de crescimento.

O número áureo é aproximado pela divisão do enésimo termo da Série de Fibonacci (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89,..., na qual cada número é a soma dos dois números imediatamente anteriores na própria série) pelo termo anterior. Essa divisão converge para o número áureo conforme tomamos n cada vez maior. Podemos ver um exemplo dessa convergência a seguir, em que a série de Fibonacci está escrita até seu sétimo termo [1, 1, 2, 3, 5, 8, 13].

Phi tem este nome em homenagem ao arquitecto grego Phidias, construtor do Parthenon, que utilizou o número de ouro em muitas de suas obras.

Por que esse número é tão apreciado por artistas, arquitectos, projetistas e músicos? Porque a proporção áurea, como o nome sugere, está presente na natureza, no corpo humano e no universo.

Este número, assim como outros, por exemplo o Pi, estão presentes no mundo por uma razão matemática existente na natureza.

Essa sequência aparece na natureza, no DNA, no comportamento da refracção da luz, nos átomos, nas vibrações sonoras, no crescimento das plantas, nas espirais das galáxias, nos marfins de elefantes, nas ondas do oceano, nos furacões, etc.

Fonte: Wikipédia

terça-feira, 30 de junho de 2009

Ensinamentos de Buddha


Feliz seria a Terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e só se alimentassem de alimentos puros, sem derrame de sangue. Os dourados grãos, que nascem para todos, dariam para alimentar e dar fartura ao mundo.

Eu sou o resultado dos meus próprios actos; herdeiro dos meus próprios actos; os actos são meu parentesco; os actos recaem sobre mim; qualquer acto que eu realize, bom ou mau, eu dele herdarei. Eis no que deve reflectir todo o homem e toda a mulher.

Tudo o que nasceu vai morrer, tudo o que foi reunido será espalhado, tudo o que foi acumulado terá fim, tudo o que foi construído será derrubado, e o que esteve nas alturas será rebaixado

Nossa existência é transitória como as nuvens do Outono. Observar o nascimento e a morte dos seres é como olhar os momentos da dança. A duração da vida é como o brilho de um relâmpago no céu, tal como uma torrente que se precipita montanha abaixo.

Se o desejo, que se aloja na raiz de toda a paixão humana, puder ser removido, aí então, morrerá essa paixão, e desaparecerá, consequentemente, todo o sofrimento humano.

O leite fresco demora a coalhar; assim, os maus actos nem sempre trazem resultados imediatos. Esses actos são como brasas ocultas nas cinzas e que, latentes, continuam a arder até causarem grandes labaredas.

O homem que busca a fama, a riqueza e casos amorosos, é como uma criança que lambe o mel na lâmina de uma faca... É como um tolo que carrega uma tocha contra um vento forte, correndo o risco de ter o rosto e as mãos queimados.

Um homem será tolo se alimentar desejos pelos privilégios, promoções, lucros ou pela honra, pois tais desejos nunca trazem felicidade, pelo contrário, apenas trazem sofrimentos.

Meditação traz sabedoria; falta de meditação traz ignorância. Saiba bem o que o conduz para a frente e o que o prende atrás, e escolha o caminho que o guia à sabedoria.

Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas e criadas pela mente. Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que hoje pensamos determina o que seremos amanhã. Nossa vida é criação de nossa mente.

Buddha

domingo, 28 de junho de 2009

Mahatma Gandhi

*
Primeiro eles ignoram-te.
Depois eles ridicularizam-te.
Depois eles punem-te.
Depois tu vences.

A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos:
Não aceitarei mais o papel de escravo.
Não obedecerei às ordens só porque são a lei, pois desobedecerei sempre que estiverem em conflito com a minha consciência.
O vosso opressor poderá utilizar a violência para vos forçar a servi-lo.
Direis a ele: Não obedecerei nem por dinheiro, nem por ameaça.
Isso poderá trazer sofrimentos.
Mas a vossa coragem acenderá a tocha da liberdade que não mais poderá ser apagada.

Sete pecados sociais:
Política sem princípios;
Riqueza sem trabalho;
Prazer sem consciência;
Conhecimento sem carácter;
Comércio sem moralidade;
Ciência sem humanidade;
Culto sem sacrifício.

Mahatma Gandhi

sábado, 27 de junho de 2009

Fénix


A fénix é um pássaro da mitologia grega e egípcia que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. Outra característica da fénix é a sua força que a faz transportar em vôo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes.

Teria penas brilhantes, douradas e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. Segundo alguns escritores gregos, a fénix vivia exactamente quinhentos anos. Outros acreditavam que o seu ciclo de vida era de 97 200 anos. No final de cada ciclo de vida, a fénix queimava-se numa pira funerária. A fénix, após erguer-se das cinzas, levava os restos do seu pai ao altar do deus Sol, na cidade egípcia de Heliópolis (Cidade do Sol). A vida longa da fénix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Os gregos provavelmente copiaram dos egípcios a idéia da fénix. Esses últimos adoravam "benu", uma ave sagrada semelhante à cegonha. O "benu", assim como a fénix, estava ligada aos rituais de adoração do Sol em Heliópolis. As duas aves somente representavam o Sol, que morre em chamas toda tarde e emerge a cada manhã.

Hesíodo, poeta grego do século VIII a.C., afirmou que esta ave vivia nove vezes o tempo de existência do corvo, que tem uma longa vida. Outros cálculos mencionaram até 97 200 anos.

Quando a ave sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fénix, que colocava piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava com eles à cidade egípicia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Sol. Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto.

Actualmente os estudiosos crêem que a lenda surgiu no Oriente e foi adaptada pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei. Tal como todos os grandes mitos gregos, desperta consonâncias no mais íntimo do Homem. Na arte cristã, a fénix renascida tornou-se um símbolo popular da ressurreição de Cristo.

Curiosamente, o seu nome pode dever-se a um equívoco de Heródoto, historiador grego do século V a.C.. Na sua descrição da ave, ele pode tê-la erroneamente designado por fénix (phoenix), a palmeira (phoinix em grego) sobre a qual a ave era nessa época representada.

A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em vários povos da antiguidade, como entre os gregos, egípcios e chineses. Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca tem fim.

Para os gregos, a fénix por vezes estava ligada ao deus Hermes e é representada em muitos templos antigos. Há um paralelo da fénix com o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza.

Os egípcios a tinham por "Benu" e estava sempre relacionada à estrela "Sótis", ou estrela de cinco pontas, estrela flamejante, que é pintada ao seu lado.

Na China antiga a fénix foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade, da virtude, da força, da liberdade, e da inteligência. Na sua plumagem, brilham as cinco cores sagradas: roxo, azul, vermelho, branco e dourado.

No ínicio da era Cristã esta ave fabulosa foi símbolo do renascimento e da ressurreição. Neste sentido, ela simboliza o Cristo ou o Iniciado, recebendo uma segunda vida, em troca daquela que sacrificou.

Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Regra de Ouro


Fé Baha'i - Não imponhas a ninguém um fardo que não desejas que seja imposto a ti, e não desejes para ninguém o que não desejas para ti mesmo. (Baha'u'llah, Gleanings)

Hinduísmo - Este é todo o dever: não faças aos outros o que causaria dor se feito a ti. (Mahabharata 5:1517)

Budismo - Não trates os outros de maneira que tu próprio achas que te feriria.(Udana-Varga 5.18)

Confucionismo - Uma palavra que resume a base de toda a boa conduta ... Gentileza agradável. Não faças aos outros aquilo que não queres seja feito a ti mesmo.(Confucius, Analects 15.23)

Islão - E nenhum de vós realmente é crente até que deseje para os outros aquilo que deseja para si mesmo. (O Profeta Maomé, Hadith)

Taoísmo - Considera o ganho do teu vizinho como o teu próprio ganho, e o prejuízo do teu vizinho como o teu próprio prejuízo. (T'ai ShangKan YingP'ien, 213-218)

Judaísmo - O que é odioso para ti, não o faças ao teu vizinho. Esta é toda a Torah; tudo o resto é comentário. (Hillel, Talmud, Shabbat 31a)

Sikhismo - Não sou um estranho para ninguém, e ninguém é um estranho para mim. Na verdade, sou um amigo de todos. (Guru Granth Sahib.pg. 1299)

Jainismo - Devemos tratar todas as criaturas do mundo como gostaríamos de ser tratados. (Mahavira, Sutrakritanga)

Zoroastrianismo - Não faças aos outros o que for injurioso para ti. (Shayast-na-Shayast 13.29)

Espiritualidade Nativa Americana - Estamos tão vivos quanto mantivermos a Terra viva. (Chefe Dan George)

Unitarianismo - Afirmamos e promovemos o respeito pela rede interdependente de toda a existência, de que somos uma parte. (Princípio unitariano)

Cristianismo - Em tudo, faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti; esta é a lei e os profetas (Jesus, Mateus, 7:12)

Fonte: A Partir Pedra

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Biblioteca de Alexandria


A ideia de Biblioteca como local de conservação e consulta pública de livros era comum a muitas civilizações antigas: no Egipto, Síria, Ásia Menor, Mesopotâmia, Pérsia. Eram instituições que tinham como principal objectivo preservar e divulgar a cultura nacional.

A Biblioteca de Alexandria distinguiu-se por ser um centro universal, aberto ao saber e à pesquisa sem fronteiras. A ideia de uma cultura universal, cosmopolita, cultivada na Grécia, foi trazida para o Egipto por Alexandre o Grande, aquando da fundação de Alexandria, e pelo seu parente, o macedónio Ptolomeu I, o primeiro faraó do Egipto sob domínio grego. Diz a História que Demétrio de Phaleron incentivou Ptolomeu I a fundar em Alexandria uma academia similar à de Platão. Foram trazidos livros da cidade de Atenas, dando início à antiga biblioteca.

Nos reinados dos três primeiros faraós da dinastia Ptolomaica foram construídos a biblioteca, um museu contendo jardins, um parque zoológico com animais exóticos, salas de aula e um observatório astronómico. Parece que entre 30 a 50 pesquisadores, vindos de todas as partes do mundo civilizado, participavam do complexo, sustentados inicialmente pela família real e depois através de fundos públicos.

O acervo da biblioteca teve uma grande expansão no reinado de Ptolomeu III que solicitava livros de todo o mundo para copiar, e utilizava os mais diversos meios para obtê-los. Com isso Alexandria tornou-se um grande centro de fabricação e comércio de papiros. Uma legião de trabalhadores dedicava-se a esse ofício, ao lado de inúmeros copistas e tradutores.

Está registado na História que o primeiro bibliotecário foi Zenódoto de Éfeso, de 284 a 260 a.C.. Seu sucessor foi Calímaco de Cirene, de 260 a 240 a.C., que empreendeu uma catalogação dos livros. Por essa época, a biblioteca tinha mais de 500 000 pergaminhos de vários tipos. De 235 a 195 a.C., Eratóstenes de Cirene foi o bibliotecário. Em 195 a.C. o posto foi assumido por Aristófanes, que actualizou o catálogo de Calímaco. O último bibliotecário de que se tem notícia foi Aristarco da Samotrácia, o astrónomo, que assumiu o posto em 180 a.C.. Estas datas, possivelmente, não são de todo exactas. De uma forma ou de outra a biblioteca funcionou até ao século IV.

Dizem que a biblioteca chegou a ter 700 000 pergaminhos. Era suporte para estudos de diversas áreas do conhecimento, como Filosofia, Matemática, Medicina, Ciências Naturais e Aplicadas, Geografia, Astronomia, Filologia, História, Artes, etc. Os pesquisadores alexandrinos organizavam expedições noutras partes do mundo para aprenderem mais. Desenvolveram tanto as ciências puras como as aplicadas. Fala-se de inúmeras invenções, como bombas para puxar água, sistemas de engrenagens, odómetros, uso da força do vapor de água, instrumentos musicais, instrumentos para uso na astronomia, construção de espelhos e lentes, etc.

A destruição da Antiga Biblioteca de Alexandria é um assunto delicado, e pode-se cair em afirmações injustas devido à falta de conhecimento histórico exacto. Existem muitas lendas a respeito e poucas evidências históricas. Parece que a biblioteca, em função do seu grande acervo, estava situada em diversos prédios espalhados pela cidade. Dizem que as diversas invasões estrangeiras, e também lutas internas, ocasionaram, cada uma delas, perdas parciais. Parte do acervo foi queimado aquando da invasão dos romanos em 48 a.C., diz-se que acidentalmente. Como compensação, em 41 a.C., o imperador romano Marco Antonio doou 200 000 pergaminhos à biblioteca, acto talvez não de todo meritório, pois esses pergaminhos foram subtraídos da biblioteca de Pérgamo. Depois de passar por várias vicissitudes semelhantes, conta-se que a Biblioteca de Alexandria teria sofrido perdas com a tomada do poder pelos dirigentes cristãos, por volta do ano de 391. A versão de que os árabes terminaram de destruir a biblioteca, aquando da sua invasão em 642, está em descrédito. Parece que por essa época a biblioteca já não existia mais.

Existem muitas lendas sobre os livros da famosa biblioteca e os assuntos que ali se podia ler a respeito de alquimia, magia, visita de extraterrestres, histórias de civilizações antiquíssimas, registos das mais diversas cosmologias, etc. Alguns autores sustentam que o essencial está a salvo em profundas cavernas, nalguns locais ermos do planeta. Estariam resguardados, em algum lugar, os tratados perdidos de Matemática, assim como tantos outros? Um dia saberemos a verdade.

Fonte: Hipertexto Pitágoras

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dom Sebastião, Rei de Portugal


Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Fernando Pessoa - Mensagem

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Acreditar


Não acrediteis numa coisa apenas por ouvir dizer. 
Não acrediteis na fé das tradições só porque foram transmitidas por longas gerações. 
Não acrediteis numa coisa só porque é dita e repetida por muita gente. 
Não acrediteis numa coisa só pelo testemunho de um sábio antigo. 
Não acrediteis numa coisa só porque as probabilidades a favorecem ou porque um longo hábito vos leva a tê-la por verdadeira. 
Não acrediteis no que imaginastes, pensando que um ser superior a revelou. 
Não acrediteis em coisa alguma apenas pela autoridade dos mais velhos ou dos vossos instrutores. 
Mas, aquilo que vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verdadeiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos outros, isso deveis aceitar, e por isso moldar a vossa conduta.

Buddha

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Professores versus professoraços


Existem bons e maus profissionais em todas as áreas de actividade, mas há umas em que o mau profissionalismo é mais chocante do que noutras. Dentre essas, pela sua gravidade, destaco uma em particular: os maus professores, ou melhor, os falsos professores.
Um verdadeiro professor é alguém sábio, inteligente, intelectual, erudito, com vastos conhecimentos, com enorme cultura, moralmente evoluido, digno, honrado, com carácter, com escrúpulos, com princípios, com valores. Em suma, um verdadeiro professor é alguém que tem realmente vocação para o cargo. 
Ora, os usurpadores que se mascaram de professores, além de não possuirem nenhuma destas capacidades, ainda denigrem o nobre ofício de professor. Esses farsantes julgam, na sua ignorância, que o simples facto de tirarem um curso transforma-os automaticamente em professores. Não compreendem todos os atributos que um professor tem que ter para exercer funções. Aliás, quando essa gente tira cursos superiores é para se tentar esconder atrás de estatutos socialmente importantes, tentando disfarçar o facto de na realidade não terem nenhum valor intrínseco. E depois, além da sua incompetência, esses pseudodocentes primam pela estupidez, uma vez que maltratam recorrente e sistematicamente os alunos de inúmeras formas. Demonstram, portanto, não só terem falta de aptidões, como também de humanismo. Muitos deles chegam ao ponto de, na sua má índole, tentarem influenciar negativamente os alunos e manipulá-los de acordo com os seus sórdidos interesses. Comportam-se como ditadores nas salas de aula, descarregando as suas frustrações em cima dos alunos. Têm medo de ser avaliados ou de serem de alguma maneira postos à prova, pois temem ser desmascarados e que se tornem evidentes as suas limitações. Como uma máfia, actuam muitas vezes sob a forma de um corporativismo retrógrado com tendências políticas perniciosas, embora com imensas guerrilhas internas, o que não é de admirar, tratando-se de quem se trata.
O título de professor é demasiado importante e prestigiante para que qualquer um o ostente. É preciso merecê-lo. O verdadeiros professores são uma elite minoritária que merece ser respeitada. Não podem ser confundidos com farsantes que vão para o ensino não para servirem, mas para se servirem. E pessoas que não gostam, não querem e não sabem trabalhar, não podem sequer estar numa escola, quanto mais ter a responsabilidade de lecionar. Até porque, só pode ensinar quem sabe.
No idioma inglês existe o termo "teacher" para designar os docentes até ao ensino secundário, e o termo "professor" para designar os professores universitários. Proponho que seja também adoptado um termo para designar quem, embora dê aulas, não seja verdadeiramente professor. Pesquisando no dicionário da língua portuguesa, descobri que essa palavra até já existe em português. Ela é: professoraço. Curiosa e ironicamente, surge logo abaixo da palavra professor.

sábado, 23 de maio de 2009

Os três filtros de Sócrates


Na Antiga Grécia, Sócrates tornou-se famoso pela sua sabedoria e pelo grande respeito que manifestava por todos. Um dia, veio ao encontro do filósofo um homem, seu conhecido, que lhe disse:
- Sabes o que me disseram de um teu amigo?
- Espera um pouco - respondeu Sócrates. Antes de me dizeres alguma coisa, queria que passasses por um pequeno exame. Chamo-lhe o exame do triplo filtro.
- Triplo filtro?
- Isso mesmo - continuou Sócrates. Antes de me falares sobre o meu amigo pode ser uma boa ideia filtrares três vezes o que me vais dizer. É por isso que lhe chamo o exame do triplo filtro. O primeiro filtro é a verdade. Estás bem seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
- Não - disse o homem. Realmente só ouvi falar sobre isso e ...
- Bem! - disse Sócrates. Então, na realidade, não sabes se é verdadeiro ou falso. Agora deixa-me aplicar o segundo filtro, o filtro da bondade. O que me vais dizer sobre o meu amigo é uma coisa boa?
- Não, pelo contrário...
- Então queres dizer-me uma coisa má e que não estás seguro que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te porque falta um filtro, o da utilidade. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre o meu amigo?
- Não. Na verdade, não...
- Bem! - concluiu Sócrates. Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, nem bom e nem me é útil, para quê contá-lo?

Fonte: Fé e Missão

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Alice no País das Maravilhas


- Gatinho inglês... - começou ela, um pouco tímida pois não tinha a certeza se ele iria gostar de ser tratado desse modo. O Gato deu um sorriso ainda mais largo.
"Ora vejam só! Parece que ele está a gostar." - pensou Alice, prosseguindo: 
- Poderias dizer-me, por favor, como é que eu faço para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde pretendas ir - disse o Gato.
- Para mim tanto faz. Para onde quer que seja... - respondeu Alice.
- Então, pouco importa o caminho que tomes - disse o Gato.
- ... desde que eu chegue nalgum lugar... - acrescentou Alice, explicando-se melhor.
- Ah, então certamente chegarás lá... se andares bastante... - respondeu o Gato.

Lewis Carroll - Alice no País das Maravilhas

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dom Sebastião


Sperai! Caí no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.

Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei.

Fernando Pessoa - Mensagem

domingo, 17 de maio de 2009

Zen


Quando o Quinto Patriarca, Hongren (em japonês, Daiman Konin, 601-647), decidiu escolher quem o sucederia, propôs aos seus discípulos que tentassem captar a essência do Zen num poema. O autor do melhor poema seria o seu sucessor. Quando receberam a notícia, os monges já sabiam quem seria o vencedor: Shenxiu, o aluno mais antigo de Hongren. Ninguém se deu ao trabalho de competir com ele, apenas esperaram... Shexiu escreveu o seu poema e pendurou-o na parede:

"Este corpo é a árvore de Bodhi.
A alma é como um espelho brilhante.
Toma cuidado para que sempre esteja limpo,
não deixando o pó se acumular sobre ele".

Todos os monges gostaram. Com certeza Hongren também iria gostar. Entretanto, no dia seguinte havia outro poema pendurado ao lado, que alguém havia pregado durante a noite:

"Bodhi não é como uma árvore.
O espelho brilhante não brilha em parte alguma:
Se nada há desde o princípio,
Onde se acumula o pó?"

Os monges ficaram assombrados. Quem teria escrito aquilo? Depois de algum tempo, descobriram. O autor do poema era Huineng, o cozinheiro do mosteiro. E, percebendo a sua realização, foi a ele que Hongren estendeu o seu manto e a sua tigela, fazendo de Huineng o Sexto Patriarca.


Fonte: Wikipédia

sábado, 16 de maio de 2009

Depus a máscara


Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.

Fernando Pessoa (heterónimo: Álvaro de Campos)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Saiba que todas as coisas são assim


Saiba que todas as coisas são assim:
Uma miragem, um castelo de nuvens,
Um sonho, uma aparição,
Sem essência mas com qualidades que podem ser vistas.

Saiba que todas as coisas são assim:
Como a lua num céu brilhante
Em algum claro lago refletida,
Ainda que para aquele lago a lua jamais se moveu.

Saiba que todas as coisas são assim:
Como um eco que provém
Da música, sons e lamentos,
Embora nesse eco não haja melodia.

Saiba que todas as coisas são assim:
Como um mágico que fabrica ilusões
De cavalos, bois, carroças e outras coisas,
Nada é como parece.

Buddha

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Em defesa dos animais


"Os animais são nossos amigos!". Este era o lema de um popular concurso televisivo chamado "Arca de Noé", cujo tema eram justamente os animais. Todavia, o que assistimos sistematicamente é a um ataque feroz contra os animais. Esse ataque, perpetrado por gente ignorante e maléfica, acontece de inúmeras formas: nas touradas, nos circos, na caça, no comércio ilegal de animais e de produtos feitos à base deles, na escravatura de animais, em experiências científicas com animais, nas utilizações de animais como cobaias em testes farmacêuticos e de cosmética, no encarceramento de animais, na domesticação violenta de animais, nos abandonos de animais, nas torturas infligidas aos animais, nos assassinatos de animais... nos maus tratos generalizados contra animais. 
Quem maltrata animais é um ignóbil covarde, muito semelhante a um praticante de violência doméstica. É preciso ter muito cuidado com os agressores de animais, pois são gente perigosa. O facto de poderem aparentar um comportamento politicamente correcto na sociedade apenas demosntra a sua falsidade e hipocrisia, o que só os torna ainda mais desprezíveis. E quem retira um mórbido prazer de atrocidades exercidas sobre qualquer ser, é alguém anormal. Quem agride um animal, facilmente agride um humano, e se não o faz é por recear sofrer as consequências que não sofre agredindo animais; seja a nível jurídico, seja ao nível da possível retaliação das próprias vítimas.
Nenhuma pessoa de bem pode ficar indiferente ao sofrimento de seres indefesos, pois isso implicaria cumplicidade com os criminosos que os flagelam. Não podemos compactuar com as crueldades cometidas contra os animais consumindo produtos e serviços que resultam do seu sofrimento. É obrigação de todos nós zelar pelo bem estar e felicidade dos animais, protegê-los e ampará-los, ajudá-los e defendê-los. É preciso que estejamos vigilantes e sempre prontos a intervir, para pôr fim às injustiças que são cometidas contra os animais e para salvá-los.
Todos os seres estão neste mundo com um propósito. Tal como nós, humanos, também os animais estão aqui para cumprir a sua missão. É urgente uma mudança de mentalidades e de legislação, para o bem de todos os seres que habitam este planeta e para o bem do próprio planeta. 
Acompanhem e apoiem as iniciativas e acções de todas as associações de defesa dos animais, tanto a nível nacional como internacional. Destaque especial em Portugal para a Associação Animal: http://www.animal.org.pt/ .      

domingo, 10 de maio de 2009

Tibete


O Tibete é hoje uma província incorporada à República Popular da China, considerada por esta como região autónoma. Possui uma área de aproximadamente 1,2 milhões de quilómetros quadrados (com uma pequena parte, ainda a ser definida, de controle e domínio da Índia). Taiwan (República da China) também reivindica o domínio total da região.

Sobre a questão da soberania tibetana, o governo da República Popular da China e o governo do Tibete em exílio discordam quanto à legitimidade da sua incorporação pela China.

UNESCO e a Encyclopædia Britannica consideram o Tibete como parte da Ásia Central, enquanto outras organizações a vêem como parte do Sul Asiático.

O rei Songtsän Gampo uniu muitas partes da região durante o século VII. A partir do século XVII, os dalai lamas, conhecidos como chefes espirituais da região, têm sido os chefes administrativos do Tibete centralizado. Na religião tibetana os dalai lamas são tidos como emanações de Avalokiteśvara (Chenrezig, Wylie: [spyan ras gzigs] em tibetano), o bodisatva da compaixão.

Entre o século XVII e o ano de 1959 o Dalai Lama e seus regentes serviram como principais autoridades da província, tanto na política como na religião, dirigindo-a a partir da sua tradicional capital, Lassa.

Conhecido como o "tecto do mundo" por seus picos nevados, as montanhas do Tibete têm, em média, 4875 metros, com destaque para a cordilheira dos Himalaias.

A história do Tibete teve início há cerca de 2100 anos.

Em 127 a.C. uma dinastia militar fixou-se no vale de Yarlung e passou a comandar a região, perdurando-se esta situação por oito séculos. Por centenas de anos "belicistas" o Tibete investiu sobre terras vizinhas.

Este comportamento mudou em 617, quando o imperador Songtsen Gampo - 33º rei do Tibete – começou a transformar a civilização feudo-militar num império mais pacífico. O seu reinado durou até 701, e o seu legado foi imenso: criou o alfabeto tibetano; escreveu e estabeleceu o sistema legal tibetano (baseado no princípio moral segundo o qual é valorizada a protecção do meio-ambiente e da natureza); favoreceu o livre exercício religioso do budismo, e; construiu vários templos (dentre eles destacam-se o Jokhang e o Ramoche).

Os seus sucessores continuaram a transformação cultural, custeando traduções e criando instituições. O rei do Tibete que se seguiu foi Tride Tsukden (704 – 754), o qual deixou o seu filho como sucessor, o rei Trisong Detsen.

A partir do século VII a região tornou-se o centro do lamaísmoreligião baseada no budismo, transformando o país num poderoso reinado. Antigo objecto de cobiça dos chineses, no século XVII o Tibete é declarado incluído no território soberano da China. A partir daí seguem-se dois séculos de luta do Tibete pela independência, conquistada - temporariamente - em 1912.

Em 1950 o regime comunista da China ordena a invasão da região, que é anexada como província. A oposição tibetana é derrotada numa revolta armada em 1959. Como consequência, o 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual e político tibetano, retira-se para o norte da Índia, onde instala em Dharamsala um governo de exílio.

Em setembro de 1965, contra a vontade popular de seus habitantes, o país torna-se região autónoma da China. Entre 1987 e 1989 tropas comunistas reprimem com violência qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política de genocídio cultural.

Em agosto de 1993 iniciam-se conversações entre representantes do Dalai Lama, laureado com o prémio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas mostram-se infrutíferas. Em maio de 1995 é anunciado pelo Dalai Lama o novo Panchen LamaChoekyi Nyima, de 6 anos, o segundo na hierarquia religiosa do país. O governo de Pequim reage e afirma ter reconhecido Gyaincain Norbu, também de 6 anos, filho de um membro do Partido Comunista da China, como a verdadeira encarnação da alma do Panchen Lama.

Ugyen Tranley, o Karmapa Lama, terceiro mais importante líder budista tibetano, reconhecido tanto pelo governo da China como pelos tibetanos seguidores do Dalai Lama, foge do país em dezembro de 1999 e pede asilo à Índia. A China tenta negociar o seu retorno, mas Tranley, de catorze anos, critica a ocupação chinesa no Tibete.

A causa da independência do Tibete ganha força perante a opinião pública ocidental após o massacre de manifestantes pelo exército chinês na praça da Paz Celestial e a concessão do Prémio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso, ambos em 1989. O Dalai Lama passa a ser recebido por chefes de Estado, o que provoca protestos entre os chineses. No início de 1999, o governo chinês lança uma campanha de difusão do ateísmo no Tibete. A fuga do Karmapa Lama causa embaraço à China.

O Tibete é, ainda hoje, considerado pela China como uma região autónoma chinesa (Xizang).

Fonte: Wikipédia

Nota: Este post é uma homenagem ao Tibete e ao povo tibetano. Espero que daqui a pouco tempo o conteúdo deste texto relativo à história mais recente do Tibete esteja desactualizado, no sentido de ter finalmente terminado a criminosa ocupação deste território por parte do criminoso regime comunista chinês. Que em breve o Tibete recupere a sua independência e o povo tibetano a sua liberdade.